quinta-feira, 9 de maio de 2019

Vai de UBER



Por Carlos Vieira


Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal decidiu ontem (08) pela inconstitucionalidade da proibição de serviços de motoristas por aplicativos: Uber, Cabify e 99. Essa decisão do Supremo se embasa por um simples princípio constitucional: o de livre concorrência.


Por muito tempo, o serviço de táxi era a única opção aos que precisavam se deslocar durante a madrugada, ao chegar de uma viagem ou apenas com rapidez. Sem concorrência, as taxas eram altas e o monopólio garantido. Mas, como disse certo poeta, “a máquina o fará por nós”. Em tempos de tecnologia avançada onde o mundo pode estar ao alcance de todos por meio de aplicativos, o Uber trouxe inovação. É rápido, é prático e eficiente. As cooperativas de táxi até tentaram inovar, mas já era tarde demais. Lembro-me de certa vez ter solicitado um táxi para ir a um casamento. Mesmo chamando pelo aplicativo de uma cooperativa, vinte minutos depois estava eu em casa e atrasado para o casório. Em outra ocasião, chamei o Uber e em quinze minutos estava na igreja. Ah! Com direito a balinhas e água. O que quero dizer é que os serviços por aplicativo não ganharam espaço à força, mas conquistaram por eficiência em serviços prestados. Mas, não podemos negar a necessidade de regras claras para o serviço. Porém, em tempos passados, Angélica foi de táxi porque não tinha Uber. Sem falar que, em tempos de crise, ser motorista por aplicativo tem se tornado a única fonte de renda a muitos pais de família.

Outra briga é com as empresas de transporte interestadual. O surgimento de um novo aplicativo para essa modalidade, o Buser, pegou as empresas de ônibus rodoviários de surpresa. Em rápida comparação, pode-se perceber a diferença. De Belo Horizonte para São Paulo, por exemplo, uma passagem de ônibus leito custa (no mínimo) R$ 197,00. Pelo Buser, custa de R$ 95 a R$ 119,00. Detalhe: Buser possui ônibus melhores com mais comodidade e segurança. A primeira viagem ainda costuma ser promocional, podendo custar até R$ 10. Não se trata de preço baixo, mas preço justo e livre concorrência. Quem tem monopólio se julga no direito de cobrar o que bem entende a preços impensáveis. Com a concorrência, quem ganha é o consumidor e a mobilidade.

O que isso tudo nos ensina? Ensina que os tempos mudam e precisamos nos adaptar às novas modalidades e às tecnologias. Ensina aos taxistas que eles precisam repensar sua forma de serviço, ensina aos governos que precisam estar atentos às demandas que surgem diante das mudanças sociais, ensina aos serviços de aplicativos que não podem tudo, embora sejam regulares. Tudo traz ensinamento e, anexos aos avanços tecnológicos, precisamos nos abrir aos avanços sociais e à eficiência. Ao usar um aplicativo precisamos saber o endereço de onde vamos. Na vida precisamos saber qual será o nosso caminho. Tudo muda o tempo todo!
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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Prêmio Eleitoral


Por Carlos Vieira

Eis que um jornalista resolveu premiar os candidatos à Presidência da República em 2018. Escolheu um nobre lugar em Belo Horizonte, preparou a noite de gala, chamou a imprensa e deixou tudo no jeito. 

Tudo pronto! Sempre na frente, Bolsonaro foi o primeiro a chegar. Sua presença era certeira como bala. Haddad tentou alcançar Bolsonaro, mas chegou bem atrás. Ciro foi o terceiro. Quase se atrasou correndo daqueles que ele não conseguiu tirar o nome do SPC. Amoêdo chegou de carro novo. Cabo Daciolo desceu do monte. Ao chegar, deu “glória a Deus” e logo entrou. Marina Silva dormiu na rede, perdeu a hora e ficou bem lá atrás. Alguém gritou: Chama o Meirelles! E ele chegou. Boulos estava ocupado com uma ocupação. Álvaro Dias fez plástica, ficou a cara do Fábio Júnior e foi também. Alckmin soube que teria merenda e foi também.
- Álvaro Dias, podemos começar?
- Podemos! Respondeu.
Convidada ilustre, Dilma foi a grande apresentadora. E logo começou:
- Eu vim a esse evento. Quase que eu não podia, mas eu podia, mesmo quase não podendo porque tinha uma figura oculta que é um cachorro atrás e eu me engasguei comigo mesma.
Deram à Dilma o prêmio de destaque. Isso porque ela contava que chegaria pelo menos em segundo na corrida ao Senado, mas dobrou a meta e chegou em quarto. Depois, sugeriram que Lula falasse algo, mas ele não foi ao evento. Disseram ainda que ele é tímido e ia se sentir meio preso.
Por fim, ninguém ganhou nada porque quem ganhar ou perder, não vai ganhar nem perder. Vi todo mundo perder.
De repente, um susto. Haddad desmaiou após nova pesquisa eleitoral. Acho que “deu PT”. Nossa... outra vez. Melhor já ir se acostumando.

E-mail: redecv1@yahoo.com.br

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domingo, 20 de maio de 2018

Por Gentileza

Carlos Vieira

Abrir a porta de um carro, dar passagem a alguém, recolher um papel do chão, puxar a cadeira para
que a moça se sente. Ah! Gentilezas… Talvez eu pareça antigo ou obsoleto. Mas ainda sou dos que creem que delicadezas fazem bem à alma e à convivência humana. O mundo contemporâneo fortalece os egos inflamados e não abre espaços para delicadezas que poderiam fazer a vida menos rude e amargurada.

Vivemos um tempo em que sabemos o preço de tudo, mas não sabemos os valores das pessoas, o quanto diz um olhar, o quanto o abraço fortalece, o quanto pode ferir uma palavra e o quanto o silêncio pode gritar sem que seja percebido. Talvez, a gentileza contemporânea esteja em simplesmente ouvir alguém, o que também não nos impede de fazer a gentileza de abrir a porta.

Além da inversão de valores, assumimos conceitos distintos. Enquanto falta gentileza, sobra muita gente ilesa. Gente que rouba sonhos, sorrisos, histórias e permanece ilesa por aí. Políticos que roubam mais que o dinheiro público, roubam direitos. Ao invés de gentilezas, oferecem favores. E permanecem como gente ilesa que, ao invés de abrir portas, preferem puxar tapetes. Gente ilesa, vira gente que lesa.

Talvez alguns costumes que eram comuns em outros tempos devessem ser zelados: pedir a bênção aos pais, dizer “com licença”, “por favor”, obrigado”. É certo que as coisas mudam, os tempos mudam, mas sou daqueles que creem que valores precisam permanecer em gestos concretos. Podem até dizer que sou arcaico, mas já reparou que ninguém se encantaria com uma placa à beira da estrada dizendo: “temos comida feita à micro-ondas?” Mas se o aviso disser que a comida é feita em fogão à lenha a história muda. Pois é! Tentamos sair ilesos de uma vida conturbada. Mas creio que valores e gentilezas dispensem gente ilesa. Gentileza gera amor e amor é a nossa imunidade.



Vade Retro

Por Carlos Vieira

Quem acha que crise política ou corrupção é só coisa de Brasil ou Venezuela está enganado. Tanto a crise política quanto a corrupção também batem às portas da igreja. O Tribunal Penal do Vaticano foi aberto neste mês de julho para investigar desvios de dinheiro do hospital de crianças do próprio
Vaticano. Giuseppe Profiti, ex-presidente da Fundação Bambino Gesù e o ex-tesoureiro Massimo Spina são acusados de desviar, entre 2013 e 2014, mais de 420 mil euros, o equivalente a mais de R$ 1,5 milhão. O dinheiro seria para o pagamento da reforma do apartamento do cardeal Tarcisio Bertone, ex-secretário de Estado da Santa Sé. Enquanto o Papa Francisco propõe uma igreja mais simples, muitos bispos e cardeais insistem na vida de luxo e privilégios.

Em 2015, o livro “Avarizia” (“Avareza”), do jornalista italiano Emiliano Fittipaldi, apontou denúncias de irregularidades na reforma do apartamento do cardeal Bertone e apresentou relatos sobre as finanças da Santa Sé.

Como se não bastasse, na última semana o “número três”, tesoureiro do Vaticano, Cardeal George Pell, foi ao tribunal da Austrália pela primeira vez sob a acusação de abuso de crianças. Ele ficou em silêncio durante a sessão e a defesa negou as acusações. A Igreja reafirmou total apoio ao cardeal.

Já no Brasil, um padre do Sul de Minas é suspeito de abusar sexualmente de uma jovem de 14 anos que era coroinha. Ele aparece em um vídeo deitado sobre a adolescente e beijando-a.

Ainda este ano, um padre, de 37 anos, foi preso em Santa Catarina por abusar de menores e permitir que fizessem consumo de bebidas alcoólicas.

A Igreja sempre se diz em favor da vida, mas pelo que parece não é contra ocultação de casos de pedofilia. Contraditoriamente, é contra o aborto sem ser contra a morte de crianças que poderiam ser assistidas com o dinheiro desviado para reforma de apartamento de luxo de cardeal. É certo que nem a corrupção nem os crimes de abuso são de exclusividade da igreja, mas parece ser mais difícil explicar como aqueles que propõem ser “escravos do céu” preferem servir voluntariamente ao inferno. Colocar fatos “debaixo do tapete” pode ter sido fácil para a igreja por muitos anos, o problema é que o poder da tecnologia, das redes sociais, da imprensa e até mesmo da Justiça nem sempre cabem num tapete só. E a igreja simples sonhada por Francisco vai ter que bater de frente aos egos inflamados e as mazelas do clero.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

NOITE DE GARI

Para conhecer melhor os desafios dos garis, Carlos Vieira foi viver de perto as experiências dessa profissão na Região Metropolitana de Belo Horizonte.



CRACOLÂNDIA - NOS CAMINHOS DA REDENÇÃO

Cara a cara com a realidade. Carlos Vieira visita a o maior mercado de drogas da América Latina. Confira!


 

terça-feira, 26 de julho de 2016

Carlos Vieira entrevista Carlos Moreno


Foi encerrada mais uma temporada do espetáculo "Florilégio Musical II - Nas Ondas do Rádio". Em destaque, o famoso garoto-propaganda da Bombril, Carlos Moreno.
Confira a matéria de Carlos Vieira para a Rádio Educativa FM de Piracicaba/ SP.

Roteiro e locução: Carlos Vieira

Produção e edição: Daniel Rogero
Direção Geral: Paulo de Tarso Porrelli




quinta-feira, 21 de julho de 2016

22 ANOS SEM AYRTON SENNA

Primeiro de maio de 1994. Data que mexe com a emoção dos brasileiros que não desgrudavam os olhos da tv para ver seu grande ídolo nas pistas de Fórmula 1. Infelizmente, à data, Senna deixou as pistas, mas entrou para sempre na história.
Essa matéria é uma honrosa homenagem a Ayrton Senna, o mito das pistas reconhecido pelo povo.

Matéria transmitida pela Rádio Educativa de Piracicaba em 29/04/2016
Locução e roteiro: Carlos Vieira

Produção e edição: Daniel Rogero




terça-feira, 14 de junho de 2016

Carlos Vieira e o "Tremendão"

Matéria de Carlos Vieira à Rádio Educativa FM 105,9 - Piracicaba.
A cidade de Piracicaba recebeu o "Tremendão" na Virada Cultural 2016.



domingo, 31 de julho de 2011

terça-feira, 31 de maio de 2011

Artigo Crítico

Os verdadeiros heróis de nosso tempo



Por Carlos Vieira



Todos nós guardamos com carinho as lembranças de nosso tempo de infância. Como disse o poeta Casimiro de Abreu: “Oh que saudade da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais”. Dessa importante fase, lembro-me dos destemidos heróis. Lembro-me de seus poderes de raios-x, de suas velocidades, de suas forças e astúcias. Hoje, porém, não valorizo tanto tais personagens dos desenhos animados e dos quadrinhos.


Hoje, mais velho, mudei minha visão com relação aos heróis. Antes acreditava nos heróis em um caráter fictício. Estavam na minha imaginação fértil dos tempos de criança. Mas hoje os heróis assumem um caráter de realidade. Vejo-os a todo instante sem máscara, sem identidade secreta, sem esconderijos. Os heróis de nosso tempo são os professores que, em uma simples sala, sem recursos por parte dos governantes, sobretudo do estado, são capazes de redimir o Brasil. Heróis são professores como a Professora Amanda Gurgel do Rio Grande do Norte que conseguiu silenciar os deputados ao falar a verdade sobre a educação. Professores que não zelam apenas pelo conhecimento de seus alunos, mas também por suas diversas personalidades, realidades e sentimentos. Que não têm visão de raios-X, mas podem ver o futuro e ajudar a fazer o caminho de muitos. Heróis que têm como armas um giz, um apagador e um livro e, ainda assim, não são reconhecidos e são mal remunerados. Heróis são os trabalhadores que acordam de madrugada, correm para o ponto de ônibus com hora marcada. Heróis são aqueles que fazem serviços voluntários e dão o exemplo à política suja e torpe de nosso tempo. Heróis são os que pagam suas contas em dia com o dinheiro recebido pela força de seu trabalho honesto ao invés de desviar verbas públicas. Heróis são os trabalhadores humildes e desvalorizados, que limpam o chão no qual pisamos, são os que ficam horas dentro do ônibus, são os que, mesmo trabalhando e estudando, trabalham com dignidade e dedicação. Via a Mulher Maravilha nos desenhos, mas hoje vejo muitas heroínas donas de casa, que além de trabalharem para ajudar no pão de cada dia, ainda zelam pela casa e pelos filhos.


Muitos são os heróis, mas muitos também são aqueles que merecem indignação e títulos de inimigos públicos. Inimigos públicos, para mim, são os políticos que, ao corromperem, comprometem suas almas. São os que não se importam com o bem comum, os que menosprezam a inteligência do povo, são os que usam o nome de Deus para se promoverem. São os que pegam em nossas mãos e apunhalam nossas costas. São os acomodados que veem tudo e não fazem nada. São os funcionários públicos que acham que por serem efetivos podem sentar-se em uma cadeira e deixar o tempo passar. São os vereadores que vendem seus votos e fingem ser agradáveis para obterem o que lhes convém.


Os heróis verdadeiros não usam máscaras. Os heróis de hoje mostram suas faces porque estão de frente com a verdade e contextualizados na realidade de nossa gente. Não precisam esconder suas identidades porque são autênticos o suficiente para sobreviverem com as mínimas condições de subsistência, enquanto políticos se enchem do dinheiro público. Os heróis de hoje não têm poderes mágicos, mas são eles os que salvam todos os dias a vida de nosso país.


VIEIRA, Carlos. Verdadeiros heróis de nosso tempo. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 12 jul. 2011. Caderno Opinião. p. 12.